Di María se aposenta da Argentina com nova taça; veja histórico
- Lucca Marreiros
- 15 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Di María se aposentou da seleção da Argentina com um novo título do país: a conquista da Copa América, possível após uma vitória sobre a Colômbia por 1 x 0. Lautaro Martínez garantiu a conquista com um gol marcado já no 2º tempo da prorrogação. A conquista finaliza com chave de ouro a passagem de um dos grandes nomes da histórica geração que, desde o fim dos anos 2000, aposta no talento de Lionel Messi para conquistar torneios, ainda que estes tenham começado a aparecer a partir apenas de 2021.
E talvez seja apenas atrás de Messi que Di María está em um pedestal de ídolos desta geração. Claro, ainda que talentoso e detentor de uma brilhante carreira, ainda pode não estar no mesmo nível de outros grandes do futebol argentino, como Caniggia e o incomparável Diego Maradona. Mas ainda sim, fecha um ciclo de inúmeros marcos em um time que conviveu com decepções sul-americanas e mundiais e, agora, é detentor destas duas estrelas. E com o craque do Benfica-POR sendo peça fundamental da engrenagem.
Di María era um jovem de 20 anos quando chegou à seleção da Argentina pela primeira vez, em 2008. Ainda que tivesse jogado só três jogos, seguiu como nome importante e foi convocado pelo técnico Maradona para a Copa do Mundo da África do Sul em 2010. Na época, Di María já era apontado como um grande prodígio do futebol argentino. Cria do Rosário Central, foi negociado para o Benfica-POR que, por sua vez, o vendeu ao Real Madrid-ESP. Naquela Copa, ele estava prestes a iniciar sua trajetória no futebol espanhol.
A história construída em Madrid o ajudou a se manter como um importante ponto da Argentina. Os nove gols marcados em 36 jogos entre 2010 e 2013 o levaram para a Copa do Mundo no Brasil. Com Alejandro Sabella no comando, Dí María brilhou. Titular e com direito a um gol decisivo contra a Suíça no torneio, participou de uma geração marcante, mas famosa com os gritos de campeão entalados. No fim, amargou os vices-campeonatos daquela Copa e das duas Copas América seguintes: 2015 e 2016.
Sob a ameaça contundente de Lionel Messi em abandonar a seleção após a Copa América em 2016, algo que no fim não se concretizou, Di María se viu em uma nova posição no time e na carreira. Superada uma passagem ruim no Manchester United-ING e uma nova vida no PSG-FRA, se tornou o expoente de um time que precisava de uma renovação. Junto de Messi, Di María teria um papel fundamental no novo time que, sem alguns experientes e com novatos, precisaria superar a crise e ir à Copa de 2018, na Rússia.
A vaga na competição mundial veio, mas o trabalho ruim do técnico Jorge Sampaoli, antigo carrasco, colocou tudo a perder. Sem brilho nos anos de 2019 e 2020, a geração de Di María parecia fadada ao fracasso eterno até a chance de atuar na Copa América de 2021, no Brasil, aparecer. Sob o comando de Scaloni, o país voltou a reencontrar o bom futebol, conheceu novos ídolos e venceu uma final contra o Brasil em pleno Maracanã por 1 x 0. E foi de Di María, à época ainda no PSG-FRA, o gol do título.
O auge desta geração de Scaloni ainda estava por vir. E seria no Catar, durante a Copa do Mundo de 2022. A Argentina sofreu no início da competição mas, sob a idolatria e qualidade de Messi, terminou como campeã incontestável da competição. E com Di María marcando gol na finalíssima contra a França. O empate em 3 x 3 forçou os pênaltis, onde houve a consagração máxima de um time que abandonou os vices e passou a ficar com as taças. Não a toa, foi o ano artilheiro dele pelo país: seis gols marcados em onze jogos.
O título da Copa América em 2024 fecha um ciclo em que Di María viveu todos os momentos: três quedas em Copas do Mundo, quatro eliminações em Copas América (vice em 2015 e 2016, também jogou o torneio em 2011 e 2019) e, por fim, um bicampeonato da mesma competição sul-americana e um título mundial, que coroou todo um trabalho iniciado sob dificuldades e dúvidas. A carreira de Di María, porém, segue. Seja no Benfica-POR, em uma volta ao Rosário Central ou em outro clube, resta aproveitar a reta final.

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