Decepção brasileira e jogaço marcam 2ª rodada do futebol feminino em Paris
- Lucca Marreiros
- 29 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Foi encerrada neste domingo (29) a 2ª e penúltima rodada da fase de grupo dos jogos do futebol feminino em Paris. O torneio, conta, pelo menos até aqui, com alguns fatos curiosos, polêmicos e de destaque. Dentre eles, há equipe com 100% de aproveitamento que pode não se classificar, uma derrota do Brasil sofrendo dois gols nos últimos cinco minutos do jogo e uma partida que parecia definida terminando com uma reviravolta incrível e uma vitória heroica em um confronto finalizado com inacreditáveis onze gols marcados.
Derrota do Brasil para o Japão liga alerta na briga pela vaga; Arthur Elias cobra atletas
Talvez nem o mais pessimista torcedor do Brasil poderia imaginar um final de jogo tão decepcionante como o que ocorreu contra o Japão. O time feminino vencia por 1 x 0 até os 45 minutos. De lá até o fim da partida, sofreu dois gols, conheceu a primeira derrota e, agora, corre riscos de não avançar. Porém, há ainda a maior chance de vaga do que de eliminação visto que, caso siga na terceira posição, o Brasil pode se classificar como um dos melhores colocados neste posto.
Mas a derrota mexeu com os ânimos do técnico Arthur Elias. O comandante prometeu dizer "verdades" na cara de algumas jogadoras, "doa a quem doer". Após o fim do jogo e sob clima de irritação, nenhuma atleta quis atender os repórteres que as aguardavam na saída do gramado. Apenas houve rápidas falas com as detentoras de transmissão. Contra a Espanha, na quarta-feira, uma vitória às leva ao mata-mata. Mas uma nova derrota pode, aí sim, representar o fim do sonho da inédita medalha de ouro.
Punido, Canadá vence de novo e ainda tem chance de ir ao mata-mata
O Canadá venceu a França por 2 x 1, embalou a segunda vitória seguida na competição e, agora, está zerado na tabela de classificação. A frase é estranha mas representa a realidade. Os canadenses foram punidos por utilizar drones para espionar a preparação da seleção da Nova Zelândia, a primeira rival do Canadá nas Olimpíadas. A investigação foi ao COI, que comprovou a irregularidade. Com isso, a treinadora do time, Beve Priestman, foi suspensa por um ano, funcionários que operaram o drone foram demitidos e o time perdeu seis pontos na tabela. Após os -6, agora, o time tem zero ponto. E tem chance de vaga.
Curiosamente, o Canadá é a terceira melhor seleção da competição em número de vitórias e campanha. Com 100% de aproveitamento, perde nos critérios de desempate para os Estados Unidos e tem campanha muito semelhante à Espanha. Ainda sim, a infeliz prática pode forçar a eliminação precoce das canadenses, uma das favoritas as medalhas. Contra a Colômbia, na quarta-feira, apenas a vitória interessa. Dona da casa, a França ainda segue viva e enfrenta a Nova Zelândia na última rodada.
Em jogo maluco, Austrália vira sobre Zâmbia e segue na luta por vaga
O que você daria por um Austrália x Zâmbia nas Olimpíadas? Talvez, muito pouco. Mas o que se viu na Allianz Riviera foi um jogo que entrou para a história. Após estar perdendo por 5 x 2, as australianas conseguiram uma reação inacreditável, viraram a partida para 6 x 5 e podem se classificar na última rodada. A Zâmbia, que possui em seu elenco a craque Barbra Banda, artilheira da competição, deve ficar pelo caminho mais uma vez. Ela fez três dos cinco gols das africanas no jogo. Os outros dois foram de Kundananji.
Pelo lado da Austrália, a pluralidade na distribuição dos gols foi maior. A artilheira do time foi Catley, com dois gols. Kennedy, Raso, Heyman e Musole (esta contra) marcaram os outros quatro gols do time asiático. Sem dúvidas, o maior jogo do torneio feminino até aqui. E, claro, um dos maiores da história dos Jogos.
Outros resultados da 2ª rodada:
Nova Zelândia 0 x 2 Colômbia (grupo A, o de Canadá e França)
Estados Unidos 4 x 1 Alemanha (grupo B, o de Zâmbia e Austrália)
Espanha 1 x 0 Nigéria (grupo C, o de Brasil e Japão)

Comments