Campeãs, Espanha e Argentina são premiadas pelo trabalho
- Lucca Marreiros
- 15 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Espanha e Argentina são as grandes campeãs continentais de 2024. Enquanto a "Fúria" bateu a Inglaterra em um jogo de tirar o fôlego em Berlim, os "Hermanos" marcam época ao conquistar, mais uma vez, a Copa América nos Estados Unidos, após suada vitória sobre a Colômbia. E as conquistas premiam os times que buscaram, ao longo dessas competições, executar o maior fundamento do futebol: com o talento, jogar bola. Portanto, não dá para dizer que as conquistas não tenham sido justas, especialmente pelo se viu nos torneios.
À começar pela Eurocopa: a Espanha controlou o torneio desde o início. Quando venceu a Croácia, terceira colocada na última Copa do Mundo, por 3 x 0, já mostrava seu poder. Quando bateu a Itália, até então atual campeã europeia, reforçou esse status. Passada a valente mas limitada Albânia na fase de grupos e a surpresa Geórgia nas oitavas, essa eliminada sob goleada, os espanhóis fizeram jogaços contra Alemanha e França. E os bons jogos foram, especialmente diante dos franceses, obra desta seleção espanhola de Fuente.
Não houve espírito caseiro alemão ou brilho de Mbappé pela França que tirasse a vaga da Espanha na Final. Fosse pelo gol inesperado de Mikel Merino contra a Alemanha ou pelo golaço de Yamal contra os franceses, fato é que quem passasse pelo "quarteto" do chaveamento, que também incluía Portugal nas quartas de final, viraria um forte postulante à taça. Quis uue o escolhido ou mais puro merecedor de estar em Berlim fosse a Espanha. E jogando bola! Contra a Inglaterra que chegou na base da luta à decisão, isso ficou claro.
Nas Américas, a Argentina já começou o torneio como candidata a taça. Mas, dois times se mostraram como forte postulantes a quebrar o favoritismo argentino: Colômbia e Uruguai. E o Brasil? Honestamente, não houve um momento na Copa América em que a seleção canarinho se mostrou como uma real candidata ao título. Nem quando goleou o Paraguai. Fato é que, se no início do torneio a Argentina estava quase "sozinha", ela encontrou duas rivais que também lutariam pela taça. E só.
A Argentina foi para as semifinais sem brilhar euforicamente, mas sendo eficiente. Com a bola no pé e qualidade técnica, ganhou o direito de enfrentar a zebra Canadá. E no pacote já trazia vitórias sobre esta mesma seleção, o Chile, o Peru e um triunfo nos pênaltis sobre o Equador. Messi não brilhou como em 2022, mas tinha um time recheado de referências técnicas, como Dibu Martínez, Rodrigo de Paul, Julian Álvarez e Lautaro Martínez. Após tirar os canadenses, foi do próprio Martínez o gol do título contra a Colômbia.
E a receita para o sucesso, ainda que demorada, é valiosa: Argentina e Espanha são campeãs pelo trabalho que fazem. Os argentinos viram o drama de quase não ir à uma Copa em 2018 se transformar em sucesso com dois títulos continentais e uma própria Copa, em 2022. E tudo isso com Scaloni, um técnico até então desconhecido que foi corajoso para reformular um time quase que inteiro. A Espanha, por sua vez, saiu do Catar com um trabalho ruim de Luís Enrique e, com De la Fuente, venceu a Liga das Nações em 2023 e a Eurocopa. Um futebol jovem, agressivo e envolvente.
Ganha o futebol!

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