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Clubes-empresas: qual é o custo para se virar SAF no Brasil?


Nos últimos anos, poucas expressões foram tão comuns ao futebol brasileiro quanto a transformação dos clubes em SAFs (Sociedade Anônima no Futebol). Projeto aderido por grandes, medianas e até pequenas instituições, a ideia, que não tem garantia de sucesso, surgiu como alternativa a muitas instituições que sofrem com problemas financeiros e dívidas exorbitantes. Clubes como Cruzeiro, Vasco, Coritiba e Botafogo, além de muitos outros espalhados pelo país, já aderiram ao modelo, que consiste na venda majoritária (total, de 100%, ou parcial, de ou acima de 51%), das ações da instituição. Mas qual é o custo para um clube virar empresa no Brasil?


O advogado Cláudio Klement Rodrigues, especialista em direito desportivo,  afirma que é no Rio de Janeiro onde os valores são mais altos para que o clube se transforme em empresa. “No Rio de Janeiro, onde a taxa é a mais elevada, conforme os valores revelados pela entidade, um clube inserido na série A1 do estado terá de desembolsar R$500 mil reais para realizar a transição para SAF. Já os clubes que competem nas séries A2 e A3 do Campeonato Estadual, as taxas são respectivas ao valor de R$300 mil reais”.


O advogado também lembra que o futebol brasileiro passava por uma crise financeira, com clubes acumulando dívidas e enfrentando dificuldades para se manterem competitivos. “Essa mudança trouxe novas perspectivas de profissionalização da gestão e geração de receitas. Através da venda de direitos de transmissão, patrocínio e outras fontes de renda”. Botafogo e Cruzeiro, por exemplo, são os dois grandes exemplos no Brasil atualmente, visto que enfrentavam grandes dificuldades esportivas e financeiras antes de virarem empresas.

Hoje, o estado de São Paulo lidera as federações no futebol brasileiro que resolveram aderir ao novo modelo de gestão. Porém, dos quatro integrantes do estado que jogam a Série A, apenas o Bragantino está mais próximo de ser uma empresa, já que faz parte do grupo da Red Bull desde 2019. Ainda sim, não é SAF. Mas os paulistas estão longe de cobrarem caro pelas mudanças. Após os cariocas, o advogado destaca que Pernambuco cobra um alto valor pela mudança, em contrapartida a outros grandes centros no país.


“O estado de Pernambuco impõe uma taxa considerável de R$400 mil reais. Já a federação cearense fez o caminho inverso ao reduzir o valor da taxa, passando dos 400 mil cobrados até o ano passado para R$120 mil a partir de 2024. As Federações de Goiânia e Bahia também cobram o valor de 120 mil pela conversão em SAF. Em Minas Gerais, onde os três grandes já aderiram ao modelo SAF, a Federação Mineira cobra atualmente 250 mil pela mudança”, esclarece.



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